quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Estrelinha

Mudei o fundo do blogue por causa deste post. Quando o meu pai morreu disse aos meus filhos que o avô era agora uma estrelinha que agora os guardava do céu. Sei que este tema não é pacífico e que muita gente não concorda com esta romantização da morte, mas como podia eu dizer e explicar a crianças de 3,7 e 9 anos (à data) que o avô morreu e o seu espírito olharia por eles e os acompanharia? (claro está que acredito nisso).
No dia em que  disse ao meu príncipe de 3 anitos, olhou para mim e disse: mamãe, eu sou um super-herói, posso ir na minha nave espacial buscar o avozinho... Não podia, e ficou triste por isso, mas percebeu naquele momento que só poderia olhar para a estrelinha...
A mais velha percebeu tudo bem e tentou racionalizar tudo - como geralmente faz - e continua a verbalizar as saudades e as recordações.
A M. do meio calou-se por um mês... nunca me perguntou o que aconteceu e não falava do assunto, fugia dele... até que um dia decidi provocar uma reacção nela e foi muito complicado.... chorou muito e durante muito tempo e no fim perguntou: mas o avô volta? Não, querida, não volta, mas está sempre connosco...
Independentemente de tudo, a verdade é que sempre que escurece os meus pirralhinhos procuram a primeira estrelinha do céu, ou a mais brilhante, e dizem loque que é o avô. Dizem-lhe adeus e ficam contentes porque se sentem confortados por o avô continuar com eles...
Não sei como o imaginam na estrelinha nas suas cabecitas jovens, mas de certeza que é lindo e isso é que importa....

Educação física

Só mesmo a M. mais velha para dizer: ainda bem que não fiquei nos primeiros lugares pois assim não tenho mais actividades... Claro que estava a falar de educação física... a miúda adora ginástica aeróbica, adora dançar mas correr acha uma perda de tempo... e quem tivesse os melhores resultados na corrida iria participar numas competições. Claro está que a miúda nem se esforçou muito e feliz me dizia não fiquei entre os primeiros, que bom!!!! Que dizer... nem todos temos queda para tudo....

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Coscuvilhices

Há histórias de coscuvilhice que mais parecem um folhetim dos melhores... No trabalho ainda é mais irritante. Diz que diz que o outro disse e quando se vai ver ninguém disse nada... tem sido o prato do dia no meu trabalho, tudo porque duas colegas que têm a mania da perseguição interpretam mal as palavras dos outros e transformam em verdades absolutas ilações que tiraram sem fundamento nenhum. Estou farta de gente assim, irra! Ficam ansiosas porque sabem que não estão a fazer um bom trabalho e disparam em todos os sentidos para ver se não ficam com a imagem manchada. Nunca suportei gente assim e agora ainda menos... Será que não têm uma vida para viver? Uma casa para onde voltar? Não me chateiem e deixem-me trabalhar em paz...

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Amor é

Ontem fui surpreendida com a noção de amor do meu filho mais novo de 4 anos de idade... Perguntado pela educadora sobre o que era o amor para si o F. respondeu que era estar em casa com a mamã! Realmente o amor dos filhos é o mais puro que existe e ficar com a mãe é suficiente para os animar e acarinhar. Sabe tão bem ficar em casa com a mãe, ter os miminhos e a atenção só para eles... E tem sido tão difícil dar ao meu filho o amor que ele deseja pois o trabalho tem estado complicado e nem sempre dá tempo. Ontem, por acaso, porque estava a trabalhar em casa perguntei-lhe se queria ficar comigo e ele ficou tão feliz. Quando liguei para a escolinha a visar disse à educadora que o F. ficou em casa no Amor! E soube bem, aos dois....

Mau humor

Que chatice. Há pessoas que estão sempre de mau humor. Criticam tudo... ou é porque se faz ou porque não de faz. Se não fazemos nada é por somos conformados, porque não lutamos pelo que acreditamos, porque esperamos que lutem por nós. Se fazemos alguma coisa, se temos ideias, se as colocamos em prática é porque queremos destaque, porque queremos dar nas vistas, porque temos ambições ocultas. Que raio... as pessoas estão a ficar estúpidas e cínicas com esta crise. Não aceito este mau humor generalizado por causa da crise, por causa da porcaria do dinheiro... É certo que os cortes salariais que a minha família levou me fizeram ter muitas dificuldades financeiras que até aqui julgava impossível, mas isso não me mudou a maneira de ser e acho que não muda a ninguém... Há pessoas que são mesmo cínicas e amargas e apenas aproveitam a crise para deitar veneno para fora...
Em 7 meses perdi o meu Pai, parti um braço, a minha mãe teve cancro, e as dificuldades financeiras duplicaram, mas, mesmo assim, continuo igual... continuo a acreditar num amanhã melhor, continuo a pensar que é nos valores que nós iremos conseguir alterar este estado de coisas.... continuo a acreditar, sobretudo nas crianças e nos jovens e não aceito que me digam que não vale a pena. Claro que vale a pena apoiar os jovens, dar-lhes conselhos, mostrar-lhes caminhos e acima de tudo fazer com que eles acreditem que vale a pena continuar e que há alternativas. É este o meu lema de vida e é por isto que me bato todos os dias, e se, no final, tiver salvo apenas um/a jovem.... valeu a pena pois é menos um na droga, na prostituição, na vida de desemprego... E não me deitam abaixo.... Não mesmo!!!!

Filhos e valores

Para uma mãe é sempre motivo de orgulho quando os nossos filhos se destacam em algum aspecto. Porque são bons alunos, porque são bons ginastas ou bons músicos, mas hoje recebi, relativamente à minha filha mais velha o melhor elogio que uma mãe pode receber. Deram-me os parabéns por ela ser, acima de tudo por ser educada e respeitadora, por demonstrar, ao arrepio de tudo o que vemos à nossa volta bons sentimentos, por se preocupar com o próximo. Em suma, deram-me os parabéns por a minha princesa mais velha ser uma pessoa que hoje em dia se encontra cada vez menos, com os valores bem marcados.
Foi, sem dúvida, o melhor elogio que podiam dar da minha filha. Se não fosse muito boa aluna, podia esforçar-se mais e melhorar, se não fosse a melhor na ginástica, na música ou nas artes plásticas podia aplicar-se mais e melhorar, mas ser íntegra, ter valores, ser educada e respeitadora são os pilares da educação que eu desejava para a minha filha. São os valores que farão dela um ser humano melhor, um ser humano diferente neste mundo egoísta. Uma boa parte dessa integridade vem da personalidade dela, mas quero acreditar que eu e o pai (e os manos e os avós e os tios e os primos e os amigos) contribuímos para formar essa personalidade maravilhosa...
Hoje durmo melhor, não só pelo imenso orgulho que tenho na minha filha mais velha (e nos manos que são igualmente crianças íntegras e com valores) mas porque sei que ela será uma adulta com valores e que contribuirá para melhorar a nossa sociedade seja qual for o caminho que escolher. Hoje sou uma vez mais uma mãe feliz e com um sentimento fantástico de que estou a cumprir o meu dever de mãe... a dar-lhes uma boa educação (independentemente de bens materiais)... Agradeço, também, aos meus filhos por me ajudarem a ser uma pessoa melhor, pois aprendo com eles todos os dias...

Comportamentos

Não compreendo as mudanças de comportamento de certas pessoas... não são consequentes e num dia estão com raiva de todo o mundo e no dia seguinte parecem as pessoas mais dóceis do mundo. Não gosto de lidar com pessoas que não sei o que esperar de seguida, que não sei se estão a ser sinceras e que não sei se estão a conversar com recurso a qualquer figura de estilo (sarcasmo, hipocrisia...). Gosto de pessoas transparentes, sinceras, que não têm medo de errar e que não deixam de me dizer a verdade só porque a mesma não é politicamente correcta. Sei que às vezes falo de mais, pois digo o que penso custe o que custar e a quem custar, mas prefiro ser assim, pois assumo as minhas posições, defendo os meus pontos de vista e manifesto as minhas opções. Quem não gostar.... Temos pena! Já não é a primeira vez e não será a última que fico sozinha a defender um ponto de vista... sei que todos concordam comigo, sei que todos pensam da mesma maneira, mas poucos são os que têm coragem para assumir o que pensam. No fim, posso ficar mal vista porque disse o que todos pensavam mas que ninguém teve coragem de assumir. Não me importa pois hoje e sempre e cada vez mais irei defender os meus pontos de vista e assumir as minhas posições. Não vou com o rebanho e não me escondo nas opções do "grupo"... Eu sou eu, levanto-me e subo para cima da mesa e digo "Oh Captain, my captain". É este o legado que quero deixar aos meus filhos....

O futuro na idade média

Ontem a minha filhota mais velha, de 9 anos de idade, disse-me: Mãe, já sei o que quero ser quando crescer: quero ser presidente da república! Claro que me ri e disse-lhe que era uma excelente ideia pois nunca tinha havido em Portugal uma Presidente da República, pois afinal as crianças ainda são livres de sonhar... Mas, quando lhe perguntei porque queria ser presidente disse-me que assim tinha muito dinheiro, aparecia muito na televisão e acabava com a crise. Como quis eu saber... Respondeu-me que arranjava trabalho para toda a gente e obrigava as empresas a dar trabalho a toda a gente. Perante a minha resposta de que não havia dinheiro para criar tanto emprego, disse-me que baixava os salários de modo a que toda a gente tivesse trabalho... Como fiquei espantada e lhe disse que assim as pessoas não conseguiam sequer comprar o básico disse-me que obrigada as lojas a baixar os preços para que as pessoas pudessem comprar. O pensamento da miúda até fazia sentido... 
E foi então que lhe perguntei como obrigaria as pessoas a fazerem isto tudo. Respondeu-me com um ar de quem tinha tudo pensado... Faço como na idade média: quem não concorda comigo ou não faz o que eu mando.... Zás, mando cortar a cabeça... Haviam de perceber que era melhor fazer o que eu mando....
Claro que não é a melhor maneira de conseguir os seus intentos, mas fez-me pensar que realmente momentos de desespero levam a medidas extremas e até uma miúda de 9 anos percebe o período em que nos encontramos..
Espero que ela mude de ideias e que não queira ser Presidente da República, mas tenho a certeza que independentemente da profissão que escolha ela será bem sucedida pois com 9 anos já pensa pela sua própria cabeça e já consegue ver a relação causa-efeito das suas atitudes... Como mãe, para além de ficar babada fico mais descansada pois sei que lutará para conseguir alcançar os seus objectivos e, caso não consiga.... eheheh... manda cortar a cabeça!!!!! 

A força de um abraço

Nunca fui pessoa muito dada a grandes demonstrações de afecto nem a grandes contactos físicos. Desde sempre me recordo que ao contrário da grande maioria das crianças que adorava ir dormir para a cama dos pais, eu não gostava nada e dispensava grandes abraços e beijos mesmo dos meus pais. Assim continuei por vários anos - para tristeza da minha irmã que ao contrário de mim andava sempre aos abraços, carinhos e beijos -  e embora seja uma mãe carinhosa nunca fui de muitos abraços...
Recentemente, talvez porque a vida me colocou à prova e perdi o primeiro Homem que amei na vida (o meu pai) comecei a perceber o verdadeiro sentido do abraço... e que bem que me sabe um bom abraço.
O abraço realmente tem o poder de nos confortar, de, ainda que por breves momentos, nos sentirmos um pouco mais protegidos nos braços de outra pessoa. É claramente a maior manifestação de carinho, de afecto de conforto, que alguém nos pode dar, até mais que um simples beijo.
Agora, tiro realmente prazer de um abraço, de amizade, de amor, de carinho, de conforto ou, simplesmente como que a dizer: eu estou aqui... E sabem tão bem os abracinhos dos meus filhotes, ainda bem que descobri o prazer do abraço. Recomendo!

Humildade

Não entendo as pessoas que se fazem de mais sérias, mais cultas, mais intelectuais que as outras... será que não percebem que a sua altivez e orgulho patético apenas as rebaixa e diminui...
Leio muitas vezes essas pessoas utilizarem a palavra fútil para todos aqueles que vivem de modo diverso. Hoje li um exemplo em que alguém chamava de fútil a própria sobrinha porque a rapariga (adolescente) queria um iphone 4 pelos anos. É fútil? Não, é jovem...
Vivemos num mundo em que toda a gente acha que tem o direito de criticar os outros apenas por serem diferentes. Eu sou inteligente, tenho uma família maravilhosa, e consigo ir sobrevivendo economicamente no meio desta crise avassaladora... mas, já me apercebi que sou criticada porque sou "gorda", porque não ligo às marcas de roupa, porque não me arranjo... E, também sou criticada porque valorizo os meus filhos, porque tenho gosto em que eles sejam públicos, porque não os escondo... Também sou criticada, por outros, porque sou demasiado exigente com os estudos dos miúdos...
Em suma, há sempre alguém disposto a encontrar algo a criticar.
Sabe-me bem estar rodeada de pessoas que não têm vergonha de olhar para nós e dizer: estás bonita; gosto de ti; tive saudades tuas...
Gosto de pessoas francas, que nos criticam na cara e, acima de tudo, que não acham que são mais do que os outros, pois a maior honorabilidade das pessoas, é, para mim a humildade...
Ah, é verdade, e também sou criticada por ser humilde ... mas, para mim... esse é o maior elogio que me podiam dar e por isso, com um sorriso, agradeço!

Falta de educação

Definitivamente irrita-me a falta de educação. Não é só não dizer bom dia ou boa tarde, mas são pequenos gestos do dia a dia que demonstra que muita gente é verdadeiramente mal educada...
Por exemplo, custa alguma coisa segurar na porta quando vem outra pessoa um pouco atrás? Temos de esperar uns segundos da nossa atarefada vida para ajudar um terceiro, que muitas vezes nem conhecemos... mas, custa alguma coisa? Sabe tão bem quando vamos apressados e alguém, com um sorriso ou apenas sem cara de zangado, nos segura a porta quando vamos a poucos metros da mesma...
Outro exemplo que é recorrente: há um lugar de estacionamento onde cabem dois carros... custa alguma coisa fazer mais duas ou três manobras e estacionar o carro de modo a que caiba outro? Especialmente quando há falta de estacionamento? Acho que não custa nada e anima de certeza o dia de alguém. E sim, acho que é falta de educação esquecermos que existem outros seres humanos no mundo...
De igual modo - aconteceu-me há dias - custa alguma coisa agradecer quando alguém nos ajuda ou ajuda os nossos filhos a levantarem-se depois de uma queda? (No meu caso, a criança caiu, eu ajudei a levantar, sacudi os joelhos com terra da pequena e a mãe limitou-se a olhar para mim como se eu fosse transparente... nem um sorriso ou um obrigada....)
Isto são claramente exemplos de falta de educação... Há tantos! E irrita-me mesmo....
Infelizmente quando olho há volta e ouço falar de crise fico preocupada quando as pessoas apenas denominam de crise a falta de dinheiro pois a verdadeira e preocupante crise é a de falta de valores, de falta de educação, de falta de respeito pelo próximo.... E não custa nada um sorriso, um segurar de porta, um obrigada e um simples bom dia mesmo a quem não conhecemos... Não custa nada ser educado e respeitador... e para isso não é preciso dinheiro... não é mesmo!

Vale a pena?

A vida dá tantas voltas... há sete ou oito meses atrás eu achava que o mundo era perfeito, nada ia abalar a minha felicidade e os pais eram eternos.... não são, mas deviam ser!!! Há momentos na nossa vida em que tudo perde sentido ou ganha um novo sentido... Estes momentos são perfeitos para avaliar a nossa vida ou os tempos mais próximos e seguir em frente mais completos e com mais certezas sobre a vida.... De repente, nova tempestade acaba por deitar por terra todas as certezas que demoraste alguns meses a construir. Vale a pena?? Perguntei-me imensas vezes se valia a pena. Houve momentos em que não me respondi, momentos em que disse que não, mas mesmo assim não desisti. Dizem que os filhos dão um novo sentido à nossa vida e é verdade pois sem eles eu não teria conseguido. É tão bom ter filhos, filhos que amamos, que acarinhamos, que nos fazem sorrir, e que nos dizem, mesmo nos tempos mais difíceis "Amo-te Mamã"... É por tudo isto que vale a pena, vale mesmo a pena!

O início

Ganhei coragem... Há muito tempo que queria iniciar esta aventura no reino dos "blogs"! Influenciada por uma grande amiga e companheira de viagem, este novo projecto surgiu da minha vontade de partilhar ideias, sentimentos, emoções, gargalhadas e (espero que menos) lágrimas e revoltas! Neste blog tentarei ser sempre eu, como todos os dias sou, com um sorriso nos lábios, um aperto no coração por não conseguir fazer melhor e muita ansiedade por querer ser a melhor mãe do mundo para os meus filhos! É com esta sinceridade e este desprendimento que inicio esta aventura.. Sempre com muito orgulho por ser mamã de três!